sexta-feira, 8 de maio de 2020

Não sei nada das coisas
Que vejo nas avenidas
A vida a vida a vida
Perdeu-se nos postes
Na cola dos postes
A gosma cósmica sem forma
A nos prender à vida
Nos carros e canos, sarjetas e trilhos
Nas noites nos caos nos brilhos
Na minha alma inquieta de mendigo
Busco o escondido nas janelas
O maldito o obscuro
Os lábios rispados a palavra dura
A dose de aguardente
O cuspe o palavrão o fedor
A noite em mim
Espera dormir um dia
Aos pés do altar santificado
E calmo,
No escuro fundo da igreja
De onde não se podem ver os sacrifícios.
18/10/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário